Entidade integra manifesto de apoio ao Projeto de Lei 1026/21 que considera abusivo o aumento com base no IGP-M

Se já não bastasse enfrentar longos períodos com as portas fechadas, o comércio varejista agora encara o dilema do reajuste do aluguel. Pela sobrevivência dos empreendimentos e empregos, o Sindilojas Regional Bento defende a substituição do IGP-M pelo IPCA como indexador para esta negociação, uma vez que é inadmissível corrigir os valores acima da inflação do país. Por isso, a entidade integra o Manifesto IPCA X IGP-M, organizado pelo Sindilojas de Belo Horizonte, apoiando o Projeto de Lei 1026/21, do deputado federal Vinícius Carvalho, de São Paulo.

Mais de 30 entidades que representam o comércio de rua e de shopping centers assinam o documento. Se o projeto não se tornar Lei, as empresas verão aplicados reajustes superiores a 30%, já que os contratos são normalmente regidos pelo IGP-M e pelo IGP-DI, que tiveram grande alta desde o início da pandemia. Os índices tradicionais dos contatos de aluguel fecharam o mês de março com valorização de 31,1% para um período acumulado de 12 meses. Bem acima dos 6,10% acumulados do IPCA, o que não retrata a reposição da moeda, mas sim um aumento real no valor do aluguel.

“Não podemos concordar com este tipo de reajuste. Está fora dos padrões depois de um ano em que o comércio varejista teve prejuízos gigantescos em razão da pandemia. Estamos falando de uma medida justa para ambos os lados, evitando a discussão judicial. O IPCA traduz o real custo de vida do brasileiro, sendo a melhor opção”, destaca o presidente do Sindilojas Regional Bento, Daniel Amadio, que atua na defesa de mais de 600 CNPJs que empregam quase 7 mil pessoas.

Hoje, 95% do varejo brasileiro é formado por pequenas e médias empresas que geram milhões de empregos diretos e indiretos, por volta de 84% dos empregos no país. O projeto passou a tramitar no Congresso em regime de urgência, podendo ser votado no Plenário sem passar por comissões.